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O foco dos investidores na quarta-feira esteve na decisão de juros do Federal Reserve e na coletiva de imprensa subsequente. Um corte de 0,25% já estava amplamente precificado, mas o mercado permanece em alerta, buscando novas pistas sobre os próximos passos do banco central.
Paralelamente, os participantes do mercado de petróleo avaliaram os dados divulgados pela Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA).
A EIA reportou uma queda nos estoques de petróleo dos EUA de –1,812 milhão de barris em novembro, superando as expectativas de –1,200 milhão (após um aumento de +0,574 milhão em outubro). Ainda assim, o dado não foi suficiente para sustentar os preços do petróleo.
Os preços passaram por elevada volatilidade: a tendência inicial de alta perdeu força diante de fatores mistos. O impulso positivo veio de dados da API, que mostraram uma queda muito maior que o esperado nos estoques de combustíveis (–4,8 milhões de barris versus –1,7 milhão previstos). Contudo, a recuperação foi limitada pela perspectiva de uma possível resolução da crise ucraniana — o que poderia aliviar sanções ao setor energético russo e elevar a oferta global.
A EIA também atualizou sua Perspectiva de Energia de Curto Prazo. A produção de petróleo dos EUA deve atingir um recorde histórico de 13,61 milhões de barris/dia em 2025, ligeiramente acima da estimativa anterior (13,59 milhões). Apesar disso, a agência prevê desaceleração no crescimento em 2026, diante dos baixos preços do petróleo e da redução da atividade de perfuração, com a produção caindo para 13,53 milhões de barris/dia (antes projetada em 13,58 milhões).
Assim a breve alta inicial observada nos preços do petróleo cedeu a uma queda devido ao confronto de vários fatores opostos. Por um lado, o mercado foi apoiado por dados do relatório semanal do Instituto Americano de Petróleo (API): os estoques de combustíveis caíram em 4,8 milhões de barris, enquanto se previa uma queda de apenas 1,7 milhões de barris.
Por outro lado, o risco de desescalada geopolítica paira sobre o mercado. A possibilidade de resolver o conflito Rússia-Ucrânia e a subsequente suspensão de sanções contra o setor de energia russo poderiam aumentar abruptamente a oferta de petróleo e exercer pressão descendente sobre os preços. Esse fator atualmente limita o potencial de crescimento dos preços do petróleo, apesar dos dados positivos sobre os estoques.
Orientações adicionais são fornecidas pelo Relatório Mensal do Mercado de Petróleo da OPEC (MOMR), que analisa a demanda, a oferta e o equilíbrio no mercado global de petróleo, ao mesmo tempo em que elabora uma previsão para o ano seguinte.
Na quinta-feira, será publicado o próximo relatório da OPEP sobre o mercado petrolífero, em torno do qual é provável que ocorram movimentos no mercado petrolífero nos próximos dias.
O mercado petrolífero continua sob a influência de sinais contraditórios, os dados atuais sobre os estoques oferecem motivos para otimismo no curto prazo, enquanto os riscos geopolíticos e o potencial aumento da oferta no médio prazo impedem o crescimento. Novos comentários da OPEP e declarações da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) servirão como gatilhos adicionais para os preços nos últimos dias do ano.