Após a alta de sexta-feira, o euro e a libra esterlina estão perdendo força, já que o combustível para o crescimento dos ativos de risco está se esgotando gradualmente e não há novos dados fundamentais.

As declarações dos políticos dos EUA sobre o tema das taxas de juros e os comentários relacionados ao mercado de trabalho também não passaram despercebidos. A mensagem fornecida pelo Presidente do Federal Reserve Bank of Richmond teve uma influência positiva no sentimento do mercado daqueles que apostaram na compra do dólar americano.

O porta-voz do Fed disse que taxas de juros mais altas eventualmente reduziriam a inflação nos EUA para a meta de 2% do banco central, mas não especificou quando isso ocorreria. Barkin também observou que a força do mercado de trabalho permitia ao Fed ganhar confiança de que a inflação estava caindo antes de reduzir os custos de empréstimos.

Apesar do que está acontecendo, o formulador de políticas acredita que ainda há risco de que a inflação, que recentemente aumentou, especialmente nos setores imobiliário e de serviços, continue elevando os preços. Barkin disse que muitos vendedores ainda estavam tentando aumentar os preços e continuariam a fazê-lo até que os compradores se recusassem a novas compras. O risco é explicado pelo crescimento do setor de commodities e pela inflação nos setores imobiliário e de serviços, o que poderia fazer com que o índice de preços ao consumidor geral voltasse acima da meta.

Após a recente reunião, muitos economistas continuam se perguntando se o Fed realmente cortará as taxas de juros tão rapidamente quanto se esperava no início do ano. Notavelmente, muitos investidores têm sofrido com uma política de taxa zero por quase duas décadas. Agora que a demanda por títulos do Tesouro dos EUA finalmente voltou ao seu papel tradicional na economia, um relaxamento apressado da política monetária poderia causar uma mudança desagradável não apenas na inflação, mas também nos rendimentos. No ano passado, os detentores de títulos receberam quase US$ 900 bilhões em juros anuais sobre a dívida do governo dos EUA, o dobro da média da década anterior.

Diante desse cenário, ninguém vai deixar o dólar americano ir embora de graça. A tendência baixista no euro e na libra não foi a lugar algum, mesmo apesar das correções que vimos antes dos eventos-chave, ou seja, a reunião do Fed e os dados sobre o mercado de trabalho dos EUA. Se a reunião dos funcionários dos bancos regionais nos EUA não trouxe nenhuma informação nova, os dados sobre o mercado de trabalho provavelmente lançarão luz sobre o que está acontecendo na economia com mais detalhes. Uma menor atividade nos setores de serviços e manufatura também poderia fornecer aos traders uma imagem mais ou menos objetiva da falta de crescimento do PIB no segundo trimestre. Se isso será o suficiente para o Fed reverter a política é muito duvidoso.

Em relação ao quadro técnico atual do EUR/USD, o euro permanece dentro de um canal. Agora, os compradores precisam considerar como alcançar o nível de 1,0775. Somente isso permitirá que eles testem 1,0810. A partir daí, subir para 1,0850 será bastante problemático sem o apoio dos grandes players. O alvo mais distante é visto em uma alta de 1,0885. No caso de um declínio, espero que qualquer ação séria dos grandes compradores ocorra em torno de 1,0740. Caso contrário, seria prudente aguardar uma atualização da baixa de 1,0705 ou abrir posições longas a partir de 1,0670.

Enquanto isso, os compradores da libra esterlina não conseguem sair do canal. Os touros precisam enfrentar a resistência mais próxima em 1,2565. Isso permitirá que eles alcancem 1,2610, acima do qual será bastante desafiador romper. O alvo mais distante será 1,2655, após o qual será possível considerar uma corrida mais acentuada para 1,2700. Se o par cair, os ursos tentarão assumir o controle de 1,2530. Se conseguirem, um rompimento da faixa causará um sério revés nas posições dos touros e empurrará o GBP/USD para a baixa de 1,2500, com a perspectiva de cair para 1,2470.